No passado existiam no arquipélago da Madeira diversas explorações mineiras de pedra calcária para a transformar em cal. Recentemente fui visitar uma dessas antigas explorações em S. Vicente. Infelizmente chovia, não tendo sido possível visitar todos os aspectos da antiga exploração.
A pedra era extraída das pedreiras e transportada às costas para o local onde se situava o forno. Aí era partida em pequenos bocados com o tamanho de um punho. Outros homens dedicavam-se ao corte e transporte da lenha para alimentar o fogo do forno que cozia a pedra.
A pedra e a lenha eram empilhadas em camadas alternadas, até uma altura aproximada de 5,5 m. Depois era só pegar fogo e esperar pelo dia seguinte até toda a lenha ter sido consumida e a pedra cozida. A cozedura da pedra calcária transformava-a em cal em pedra, por libertação do dióxido de carbono existente no calcário.
Após a cozedura, a pedra de cal era retirada do forno, seleccionada e embalada. Também se utilizava a água para desfazer em bocados mais pequenos as pedras de cal maiores. E, como habitualmente, toda a água necessária, e era muita, tinha de ser transportada às costas, em barris de madeira de 50 litros.
A cal tinha, e ainda tem, algumas aplicações. Antigamente as linhas dos campos de futebol eram marcadas com cal. O problema era quando chovia ou quando um jogador, com a perna ferida, entrava em contacto com ela … era doloroso. Também se utilizava a cal para pintar (caiar) as casas. A cal ainda é utilizada na pintura das estradas regionais, para assinalar os limites das estradas e os obstáculos mais perigosos. A cal também é utilizada para a correcção do pH dos solos. É adicionada aos solos demasiado ácidos. Em laboratório, as soluções aquosas de cal também são utilizadas para identificar o dióxido de carbono.
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